segunda-feira, 27 de abril de 2015

PORTAS

"Portas que se fecham são iguais as que se abrem
Se abertas ou fechadas por Deus
Não quero, não espero o que Dele não procede
Bem sei que o que prefiro, nem sempre é o melhor pra mim

Abrindo e fechando são portas que orientam 
No tempo certo e como Ele escolheu pra mim 
Prossigo em meu caminho confiando em Suas palavras 
Os que Nele esperam jamais se cansarão, jamais se frustrarão"

Josué Rodrigues

Amigos

Preocupo-me quando vejo líderes alegrando-se com os que choram e celebrando a queda alheia com palavras torneadas por uma falsa espiritualidade. Preocupo-me quando nos cercamos de seguidores e até mesmo de admiradores, mas não contamos com pelo menos três amigos chegados e sinceros que possam nos alertar no dia mal. Preocupo-me quando adotamos um estilo de vida espiritual no qual não precisamos prestar contas a ninguém. Preocupo-me quando prostrados, não podemos confiar nos irmãos da igreja, nos colegas de ministério que nos cercam para abrirmos o coração, receosos de que isso um dia seja usado contra nós. Preocupo-me quando o mundo age com mais graça e misericórdia com o caído do que a igreja. Preocupo-me com os relacionamentos ou com a falta deles.
Faltam amigos, faltam amigos de verdade!

Os amigos nos humanizam, nos ensinam, nos fazem crescer e a única maneira de termos amigos é sermos amigos.

QUEM QUEREMOS SER?


Quem queremos ser?
 
Mateus 5:13-16

Para quem Jesus está dizendo isso?

A princípio isso parece ser simples de responder. Mas se olharmos o contexto, percebemos que ele está dirigindo essa palavra a um grupo específico. Esse texto está dentro de um evento importante, aquilo que seria o maior de todos os ensinos: o sermão da montanha, que Jesus pregou para os discípulos.

1ª Pra quem Jesus está dizendo isso?
2º Em qual contexto ele está dizendo isso?
3º o que significa ser sal e luz?
 
O Sermão da Montanha começa com silêncio e não com palavras. Mateus descreve esse movimento que acontece. Mateus 5:1-2

Imagine que Jesus estava junto com a multidão. A multidão está seguindo a Jesus, ele observa a multidão e tem uma outra visão, no meio da multidão, ele vê os seus discípulos aproximarem-se dele e faz o gesto de quem pára para ensinar, que é se sentar e fala a seus discípulos.

Temos aí dois círculos de seguidores de Jesus: a multidão e os discípulos. E é da multidão que saem os discípulos.

A multidão seguia a Jesus e tinha um motivo muito claro pra seguir a Jesus: Jesus dava pão, Jesus fazia milagres, curava...entretanto, o entusiasmo que sobrava na multidão faltava no compromisso dela com relação a Jesus. 

A multidão segue a Jesus por tudo o que ele proporciona por tudo o que ele pode dar, por causa das coisas extraordinárias que ele pode realizar. Mas a multidão dificilmente consegue ter o compromisso que os seguidores que são discípulos precisam ter.

Os discípulos não seguiam a Jesus pela esperança de Jesus fazer milagres.

 A motivação dos discípulos em relação a Jesus está dada no CHAMADO.

Jesus chega até esses homens, Jesus chega a um cobrador de impostos, não faz nenhum sermão, nenhuma pregação, ele olha praquele homem e diz: segue-me e o que causa espanto é que aquele homem larga tudo, não faz um estudo, não faz um curso de teologia, não busca entender tudo, ele simplesmente larga tudo e segue a Jesus. Entre o chamado e a obediência do discípulo não existe outra coisa senão a própria obediência. O discípulo não pensa duas vezes diante da ordem do seu Senhor.

Aqui seguir a Jesus não é seguir as ideologias de Jesus, não é seguir o que Jesus pensa. Quando Jesus olhava para alguém que ele queria que fosse seu discípulo e dizia: segue-me, esse alguém tinha que segui-lo literalmente. Acompanha-lo onde quer que ele vá. Muitos deixavam suas casas, suas atividades para seguir a Jesus. 

Isso significa que quando esses homens foram chamados por Jesus, manifestaram dentro deles uma vontade de seguir a Jesus que estava para além de tudo aquilo que poderia prende-los nesse mundo. 

É como se estivessem diante daquilo que era mais importante na vida deles, diante de Jesus nada seria mais importante.
 
Então a gente já sabe pra quem Jesus estava dizendo isso. Jesus estava dizendo aos que foram chamados para serem seus discípulos. Jesus não disse vós sois sal e luz para todos. Ele disse para aqueles que responderam ao seu chamado.
 
A segunda questão importante é qual é o contexto que Jesus diz isso?

Note que quando Jesus os chama para segui-lo, eles tem que abandonar uma série de situações pra seguir a Jesus e não é fácil tomar grandes decisões.

A gente lida para tomar decisões com um clamor que arde dentro da gente que é o desejo de ser feliz. Todos nós desejamos ser felizes. Não há ser humano na face da terra que não deseja ser feliz. E toda nossa energia está direcionada para buscar a felicidade.

Mas o que faz alguém desistir de todo o seu trajeto, de toda a sua maneira de buscar felicidade e aceitar uma outra proposta, uma outra visão de mundo, uma outra realidade?

É interessante como Jesus abre o discurso com eles...Bem-aventurados...

Jesus usa um adjetivo para classificar esses discípulos: FELIZES.

O que é felicidade, bem aventurança? Observe todos os momentos em que ele diz: felizes...ele diz sobre o q  diz respeito a realidade presente e a realidade futura....note que independente de ser uma realidade presente ou uma realidade futura, eles são felizes!

Como o homem entende a felicidade? Atos 17:18 Paulo encontra dois grupos de filósofos.

Os epicuristas acreditam que a felicidade está no prazer. Quanto mais você buscar o prazer, mais vai alcançar a felicidade. Todas as escolhas que você faz é pra buscar prazer pois a felicidade só é possível se eu prolongar o prazer. É a escravidão do prazer.

Como prolongar o prazer de tal maneira que nosso coração não sinta o vazio quando eu estou nos intervalos desses picos de prazer?

Já os estóicos diziam: você tem que parar de buscar a felicidade e aí você vai ser feliz. Não crie expectativas sobre nada...seja indiferente e você não terá expectativas frustradas pois isso provoca dor. Tire de todas as coisas a sua volta a esperança e então você vai ser feliz.

Os gnósticos diziam se você tiver conhecimento, inteligência, você será feliz.

Uma outra corrente dizia que a felicidade não existe mas você cria essa idéia para que você não pendure seu pescoço numa corda. Então você coloca a felicidade como um objetivo que na verdade você nunca vai alcançar.

Felicidade para Jesus Cristo não tem nada a ver com isso.
Felicidade para Jesus é o contentamento e a alegria que pode sentir alguém que está sendo injustiçado, alguém que está chorando uma tristeza profunda esse alguém pode sim ser feliz.

A felicidade não é um momento de calmaria, se tudo vai bem aí vocês são felizes. Não, Jesus está dizendo, vocês vão passar fome, vocês vão passar sede, vocês serão perseguidos e vocês ainda assim são felizes.

Note que Jesus diz algo bem interessante encerrando esse momento de bem aventuranças...alegrem-se, regozijem-se....a despeito de todas as implicações que existem em seguir a Jesus.

Quais são as implicações de seguir a Jesus? O que faz vc discípulo e não multidão?

O que Jesus queria dizer para esses homens que são felizes apesar de qualquer situação quando ele diz que eles são o sal da terra e a luz do mundo?

A primeira coisa que ele quer mostrar é que eles não são extraordinários. Sal e luz são coisas comuns. Deus não chamou você para ser extraordinário.
Já parou pra pensar que o que menos importa para a pessoa que usa o sal na comida é o provar o sal e sim a comida? A importância do sal está no contato com a comida. É esse contato que torna não o sal saboroso mas a comida saborosa. Jesus está dizendo: vcs são adereços.

Tanto na experiência do sal, como na da luz, a gente ver um doar, uma entrega, eles colocam a gente numa relação onde a gente precisa se doar, a gente precisa ser gasto.

Jesus diz: vocês são felizes a despeito de todas as implicações, inclusive perseguições mas isso não vai fazer de vocês pessoas extraordinárias ao contrário, vai exigir que vocês doeem a si mesmo. Não poderemos mais sermos ilhas fechadas em nós mesmos e nos nossos muitos compromissos.

Os discípulos de Jesus deram um passo além das multidões. Lembra quando parte da multidão vai embora pq o discurso de Jesus foi meio duro? Jesus vira para os discípulos e perguntou: E vocês? Não vão querer fazer o mesmo não?

A resposta de Pedro não foi: para onde iremos e essa foi a beleza desse texto. A resposta de Pedro foi para QUEM iremos.

Para um discípulo de Jesus não importa onde, importa com quem. Não importa se você está no mais profundo abismo, a pergunta é com quem você está lá. Você pode estar num momento de profunda alegria e a pergunta com quem você está no dia dessa alegria extrema.
Quem estamos seguindo? Quem é aquele que nos trouxe sabor a nossa vida e iluminou a nossa mente?

Funções do sal:
Dar sabor e impedir que a carne por exemplo entre em estado de deterioração. O sabor não é algo que está no sal. O Que tem que se tornar saboroso é o alimento e não o sal. Vcs tem que tornar esse mundo saboroso. Vcs tem um comprometimento em impedir o máximo possível a deterioração da sociedade de hoje, temos um compromisso com a justiça de Deus.
Mas para isso o sal precisa tocar o alimento. Se continuarmos como ilhas, se continuarmos sem termos contatos uns com os outros nós não poderemos cumprir essa função.

Sejamos pontes e não muros. Muros separam, segregam, ofuscam. Pontes ligam , aproximam, unem. Através da ponte poderemos enxergar o outro lado, transpor as barreiras, ter uma visão ampliada do horizonte que se apresentava muito limitada, muito restrita.

As pontes podem ser construídas pelo diálogo, pela disposição de servir, pelo oferecimento do ombro amigo nas horas tristes ou pela disposição de apenas ouvir. 


Função da luz:
O Ministério do Holofote. (J. L. Packer) Pra que serve o holofote? Para iluminar algo importante.
Holofotes não foram feitos para iluminarem a si mesmos. Nos ensina a sermos como uma luz que ilumina de fato aquilo que precisa ser visto: Jesus de Nazaré
 
Colossenses 2:6-7
Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele,
enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão.
 
Paulo traz a imagem que ele traz no início da carta de Colossenses quando ele diz:
“Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado” Colossenses 1:13
A idéia original aqui é a de que nós fomos arrancados como plantas, com nossas raízes do terreno das trevas e fomos transportados para um outro terreno, o terreno do Reino de Jesus.

Paulo traz a idéia de que agora nesse novo terreno, nós precisamos lidar com nossas raízes. Precisamos estar enraizados nesse novo terreno.
Sabe o que é preciso?
1º ) é preciso identificar que tipo de seguidor você quer ser: um discípulo ou a multidão?
2º ) se você optar por ser discípulo, é preciso desenvolver urgentemente a arte de crescer para baixo. As raízes crescem para baixo. O crescimento para baixo é o crescimento da profundidade, é o crescimento que ninguém vê.  É o crescimento que sustenta toda a sua caminhada, é o que garante que você se mantenha firme na vida com Cristo.
Crescer sem aparecer é o que vai nos sustentar. Crescer sem plateia, aprofundamento sem fama, sem aplausos. É o crescimento das raízes no solo do Reino de Deus. Ninguém vai conseguir arrancar mais uma árvore que cresce assim.

"Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento." C. S. Lewis

sábado, 18 de abril de 2015

Filhos de um Deus Pródigo


INTRODUÇÃO

Lucas 15: 1-3;11-32


A maior parte das interpretações dessa parábola se concentra na súplica e no retorno do filho mais novo – Filho Pródigo.


Mas a bem da verdade é que a mensagem dessa história acaba por vezes negligenciada.


Nessa história, existem dois filhos; cada um representando uma maneira de parecer alienado, distante de Deus.


Nos primeiros versículos desse capítulo, Lucas ressalta que havia dois grupos de pessoas que se reuniam para ouvir Jesus: 1º os publicanos e pecadores, homens e mulheres que correspondem a figura do irmão mais novo. Essas pessoas não observavam as leis da bíblia, nem as regras de pureza seguidas pelos judeus; seguiam vivento irresponsavelmente.


Como o irmão mais novo, essas pessoas “saíram de casa”, abandonando a moralidade de suas famílias e sociedade.

Essas pessoas se reuniam constantemente ao redor de Jesus e isso intrigava e irritava os defensores da moral e religião da época e isso Lucas registra na frase: “Este homem recebe pecadores e até mesmo come com eles”

 

Pra quem era dirigido o ensinamento de Jesus com essa parábola? Para o segundo grupo, formado por escribas e fariseus.

 

OS DOIS FILHOS PERDIDOS


A parábola que Jesus conta deveria se chamar “ A parábola dos dois filhos perdidos”. É um drama que ocorre em dois atos: “O filho mais novo perdido” e o segundo ato; “o filho mais velho perdido”.


1º Ato:


O primeiro ato começa com um pedido breve e chocante: “Quero a minha parte da herança”.


Pedir parte da herança em vida era um profundo desrespeito. Fazer esse pedido a um pai vivo era quase que desejar a sua morte. O filho mais novo queria as posses do pai e não o pai em si. O relacionamento com o pai era só uma maneira de atingir o objetivo de desfrutar da herança dele.

Mais surpreendente do que o pedido do filho, é a resposta do Pai. Um Pai tradicional do Oriente Médio responderia a seu filho expulsando-o da família mas o Pai não fez nada sequer parecido com isso, Ele repartiu sua propriedade com eles. A palavra no grego usada aqui para propriedade é bios que significa vida.


Naquele tempo a propriedade de alguém dizia respeito a sua identidade, suas origens. Perder parte de sua propriedade significava perder parte de si mesmo. E uma vergonha na comunidade.

O que o filho mais novo está pedindo de fato é que o Pai reparta sua própria vida. E o Pai assim o faz. O Pai suporta com toda a paciência a perda de sua honra e a dor de ter seu amor rejeitado. Geralmente quando nos sentimos rejeitados ficamos bravos, fazemos retaliações e tudo o possível para tentar diminuir a dor e a afeição que tínhamos por tal pessoa.

Mas o pai não. O pai mantém sua afeição pelo filho e suporta toda a agonia.



2ª Cena do Primeiro Ato


O filho parte para uma “região distante” e desperdiça tudo

Quando está literalmente com a cara na lama, traça um plano...

“Trata-me como um dos teus empregados”

Os servos trabalhavam na propriedade e viviam ali. Mas os empregados eram homens do comércio, artesãos, que viviam na vila e ganhavam seus salários.

O filho mais novo tinha desgraçado sua família e toda a comunidade. Ele estava “morto” para eles, como descreve o Pai.  (“meu filho estava morto”)

Quando uma norma da comunidade era violada, só pedidos de desculpa não bastava – nesses casos, eranecessário uma restituição. O filho planejava dizer: Pai, sei que não tenho direito de voltar à família, porém, se você me fizer aprendiz  de um empregado seu, então poderei aprender uma profissão e ganhar um salário e começar a pagar minha dívida. Esse era o plano.


E aí chegamos à ultima cena do 1º ato

O filho mais novo se aproxima de casa, ficando ao alcance da vista do Pai.

O Pai o vê  e corre, corre em sua direção.


Como regra geral, os patriarcas do Oriente Médio não corriam, jamais levantariam suas túnicas e mostrariam as pernas nuas como um garoto qualquer.

Mas esse pai fez. E quando chegou ao filho o abraçou, beijou, seu filho meio sem graça tenta se explicar mas o Pai o interrompe em seu discurso e diz: “Tragam a melhor roupa e vistam nele!”


A melhor roupa que existia na casa era do próprio Pai!


O que o Pai está dizendo é: Não irei esperar até que você pague a dívida, não irei esperar até que você se humilhe o suficiente, você não vai ter que lutar por seu lugar na família. Irei simplesmente aceita-lo. Cobrirei sua nudez, sua pobreza, seus trapos com a roupa do meu trabalho, com a minha honra.

O Pai ordena que separem um “novilho gordo” para um banquete de comemoração.

Carne, era uma iguaria muito cara na época. Mas nenhuma carne era mais cara do que a de um novilho gordo. Um banquete desse nível era raríssimo!

O primeiro Ato da história já desafia a mente dos “irmãos mais velhos” com a surpreendente mensagem de que Deus pode perdoar e restaurar todo e qualquer pecado ou transgressão.

Jesus descreve o Pai correndo para seu filho antes mesmo do seu filho recitar o discurso de arrependimento.

Nada, nem mesmo o arrependimento pode merecer o amor de Deus: o amor e o acolhimento de Deus são absolutamente gratuitos.


2º Ato


O segundo ato começa quando o filho mais velho ouve dos servos que o irmão mais novo chegou e que seu Pai o aceitou.

Agora é a vez do filho mais velho desgraçar o Pai.

O Filho mais velho se recusa a participar do que talvez fosse o maior evento publico realizado por seu Pai.

Ele fica do lado de fora, publicamente demonstrando que não aprova as ações do Pai.

Essa atitude obriga o Pai a sair do seu banquete, algo que era degradante quando se é o anfitrião. O Pai suplica para que o filho participe mas ele continua a se recusar.


O filho argumenta: você jamais me deu um cabrito para eu festejar, como ousa dar a ele um novilho?

Ao admitir novamente o filho mais novo na família, o Pai o torna novamente um herdeiro e é esse o motivo da revolta do filho mais velho. E é aí que ele começa a enumerar motivos de sua revolta dizendo que sempre se matou de trabalhar...

E aí o que o filho mais velho diz é: “eu nunca desobedeci as Tuas leis, portanto eu tenho os meus direitos!

Eu mereço ser consultado em relação a isso tudo...você não tem o direito de tomar as decisões sozinho.

Ele não trata o Pai com o respeito devido, ele logo chama “olha”, como se fosse: “escute aqui

Como o Pai responde à rebeldia declarada do filho mais velho?

O Pai novamente responde com incrível brandura, ele diz: Meu filho, apesar de você ter me insultado em público, ainda quero que você participe do banquete, o banquete da salvação.

E então aqueles que estavam ouvindo Jesus começam a se perguntar: Será que a família finalmente irá se reunir? Os irmãos se reconciliarão?

É exatamente quando todos esses pensamentos começam a passar pela cabeça que a história termina!


Pq a história termina aqui? Pq quem decide como termina essa história estava bem diante de Jesus. Jesus falava com aqueles que tinham o coração do irmão mais velho e com os que tinham o coração do irmão mais novo e só o quebrantamento desses corações define qual o fim dessa história. O Pai convida todos nós para o banquete de salvação.

O jovem rapaz humilha e vive uma vida consumista e inconsequente. Acaba alienado do Pai, que representa Deus na história. Qualquer um concorda que uma pessoa como ele estava afastado de Deus.

No segundo ato, encontramos o filho mais velho, meticulosamente obediente ao Pai, ou seja, aos mandamentos de Deus.


Assim, temos dois filhos: um “mau”, pelos padrões convencionais e o outro “bom”, ainda que ambos estivessem completamente distantes do Pai.

O filho mau (mais novo) participa do banquete do Pai, mas o filho bom não o acompanha. O amante das meretrizes é salvo, mas o homem da retidão moral continua perdido.

Mas Jesus não para por aí na história. Pq o filho mais velho decide não participar? Ele mesmo responde: "nunca desobedeci as tuas ordens". Não são os pecados que criam barreiras entre ele e o pai , mas o orgulho que sente do seu histórico moral; não são suas transgressões mas sua retidão que o impede de partilhar o banquete do Pai.


O coração dos dois irmãos são na verdade muito parecidos: o mais novo queria tomar suas próprias decisões, assumir o controle de sua própria vida, queria os bens do pai.

O mais velho também queria os bens do pai, e não o pai. Só que enquanto o mais novo vai para uma região distante, o mais velho ficou por perto e “nunca desobedeceu” poisesse foi o caminho que ele encontrou para tomar o controle.

Jamais desobedeci e então você tem que fazer por minha vida as coisas que desejo que sejam feitas.


Consegue perceber o que Jesus estava ensinando? Nenhum dos dois amava o Pai de verdade. Ambos estavam usando o Pai para os seus próprios fins.


Se, como o irmão mais velho, você busca controlar Deus por meio da sua obediência, então toda sua conduta irrepreensível não passa de uma maneira de usar Deus para ele fazer o que você deseja.


Os irmãos mais velhos obedecem a Deus para atingir seus objetivos e não para chegar ao próprio Deus.


Há duas maneiras de ser seu próprio Salvador e Senhor: uma delas é ao quebrar todas as leis morais e estabelecer seu próprio rumo e a outra é ao seguir todas as leis morais e ao ser muito, muito bom.


Jesus não divide o mundo entra mocinhos e bandidos. Ele mostra que tanto os que julgamos mocinhos quanto os bandidos possuem dentro de si o mesmo desejo de usar a Deus para obterem poder e controle. Todos precisam de salvação e de um salvador.


 “Quando um jornal publicou a pergunta: O que está errado com o mundo?, o pensador católico Chestertonescreveu uma breve carta em resposta: Queridos senhores, Eu estou. Esta é a atitude de alguém que compreendeu a mensagem de Jesus." Timothy Keller


Vemos na parábola, os dois filhos muito preocupados com coisas, e não com o amor do Pai. E o Pai em nenhum momento desvia seu foco do amor às pessoas e não às coisas.

Quando falta a graça, corremos o risco de amarmos mais as coisas do que as pessoas.

A história do menininho das mãos: “olha papai, nunca mais vou riscar seu carro


Muita gente esmaga pessoas, fere as pessoas por causa de coisas. Falta graça.


Quando você anda na ponte rio-niterói por exemplo, a ponte balança, já viu isso? Sabe pq pontes e viadutos balançam? Pra não cair!

Aquilo que é rígido demais, quando vem o temporal se arrebenta. Sabe quais as arvores que suportam os vendavais? São àquelas que beijam o chão durante o temporal e depois voltam ao seu estado normal.

É preciso aprender a ser mais tolerante com as pessoas, é preciso aprender a perdoar, é preciso aprender viver debaixo da graça.



Quem é o pródigo da história? Pródigo não significa “rebelde”. De acordo com o Dicionário, pródigo significa gastar até não sobrar nada.


Pródigo nessa história é o Pai, que gastou tudo de si mesmo. Se humilhou e foi correndo até o filho mais novo. Que desceu da glória do Seu banquete e foi lá fora buscar o filho mais velho.

O Pai que “em Cristo reconciliava-se com o mundo, não imputando aos homens suas transgressões” 2 Coríntios 5:19

 “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” Filipenses 2:6-8


Um Pai que deu seu filho para morrer “em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” Romanos 5:8


Esse é o verdadeiro Pródigo: Deus.


Para saber mais sobre o assunto, sugiro o livro:


O Deus Pródigo. Keller, Timothy


Em O Deus pródigo, o autor best-seller do The New York Times, Timothy Keller passeia pela mais conhecida parábola de Jesus, repleta de ensinamentos decisivos sobre nosso relacionamento com Deus, apresentando-nos tanto como “irmãos mais novos” quanto “irmãos mais velhos”. Uma obra para refletir não somente sobre a parábola, mas sobre como resgatar a essência da fé Cristã nos dias de hoje.